“...Agradeço-te, pois, a vida
E tanto desventuras como venturas
Agradeço-te com uma fé pouca e humilde
Mas uma fé que, pela tua graça, há de possuir a imensidão do céu mais sublime
Onde a tua morada, mais que no meu coração, é fiel.”
Ancruz, 2004
O som das folhas caindo no chão
Vejo o céu azul de plumas brancas abrir-se na varanda
E sinto a tua presença
As ondas que vem, vão e levam no seu balançar
Os votos dos dias e do tempo
É teu soprar o movimento do mar
É tua respiração a brisa fria desse outono
Vem do calor do teu peito o sol que me aquece a alma
E são tuas lágrimas incontidas, cheias de anunciação
A garoa fina que cai o dia todo sem ser abalada
É a primeira voz que me chama pra a vida todas as manhãs ao acordar-me
E é a última toda noite ao deitar-me , dizendo: Vai, descanse.
Não o vejo, nem o escuto
Apenas sinto sua presença
Não preciso mais do que isso
E dentro de mim , estou completo.
ANCRUZ, 15/06/2005