domingo, 18 de setembro de 2011

Encontrei este texto no blog 2Neurônios


Encontrei este texto no blog 2Neurônios

Aquele verso do Walt Whitman, lido há tanto tempo, veio assim de repente. “Seja você quem for, agora, segurando a minha mão, sem uma coisa há de ser tudo inútil_ é um leal aviso que lhe dou, antes que continue a me tentar_ não sou aquele que você imagina, mas muito diferente. “ Coisa mais linda. Os olhos se enchem de lágrimas. Eta verso que serve para tudo e para todos. Sim, somos muito diferentes daquilo que imaginam. Isso vale para leitores, novos amigos, ficantes ou qualquer um que passe, assim, como quem não quer nada, em um segundo da nossa vida. Polaróide que podemos perder, rasgar ou esquecer que existe. E elas sempre perdem a cor. Mas agora é tudo foto digital! E a gente deixa ali dentro da câmera e até esquece de passar para o computador. Um dia, quando o arquivo está cheio, apagamos a foto. Simples assim. Mas o Walt continua a falar. “Quem é que gostaria de lançar sua candidatura ao meu afeto? O caminho é suspeito, o resultado é incerto, destrutivo talvez.” É isso, eu nunca disse que era fácil. Aqui é festa, amor. Mas aqui não é feira da uva, não. E como o velho Walt termina o poema? “Deixe-me agora, antes de perturbar-se ainda mais, deixe cair sua mão do meu ombro,coloque-me de lado e siga seu caminho.” COISA MAIS LINDA! Aqui é vida real. E não existe encontro sem perturbação. Aqui tem festa mas tem vida, e tem dor. Até os versos do Walt nos perturbam. E perturbaram tanto o Fernando Pessoa que ele foi lá e escreveu Saudação a Walt Whitman. Onde grita. “Abram-me todas as portas, por força que hei de passar. Minha senha? Walt Whitman.” A minha senha é a mesma. Walt Whitman. 

(Nina Lemos)

http://02neuronio.zip.net/arch2010-02-14_2010-02-20.htm

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